Em sua obra “amor
e morte”, Enrico Ferri se utiliza de
diversos meios de persuasão em seu discurso, visando à diminuição de pena do réu,
vista da impossibilidade de obter a sua absolvição. A analise retórica desse texto
é interessante, pois com ele temos a oportunidade de apreciar diversos exemplos
de sofismas e argumentos, voltados para convencer e induzir o leitor, a
concordar com a tese exposta.
Logo no começo do
julgamento, enquanto discorria sobre os
fatos, Ferri diz: “... porque eu julgo que, tanto na vida social quanto na vida
judiciária, dizer a verdade, talvez seja um luxo dispendioso, mas é também, o
melhor caminho, não só para poupar tempo a quem tem muitas outras coisas a
fazer, e que não terá, assim, de recordar-se de todas as mentiras que teria de
arquitetar, como também, porque, em substancia, quando o palpitar das coisas e
como o deste caso, expor por inteiro, clara e limpidamente a verdade, ainda é a
forma mais persuasiva da eloqüência...”
O trecho citado demonstra
claramente a busca pelo fortalecimento de seu “Ethos”, teoria de Aristóteles
que visa realçar a figura do orador como pessoa íntegra, dotada de honra,
conhecimento, sinceridade. Nesta passagem e em tantas outras, Ferri se
manifesta buscando sempre passar uma imagem de um orador digno de confiança e
credibilidade.
Já seu “Logos”, tipo de
estruturação da dialética, como por exemplo, o uso de repetições, narrativas e ilustrações,
entre outros recursos, fica marcado quando o autor fala sobre como o amor pode “caminhar”
juntamente com a morte. Pois, as verdades dos fatos, ou talvez, o que chega
mais perto da verdade, é o pensamento que ele coloca em seu discurso, o que
traz em todo o processo é que, se Cienfuegos
a matou é porque a amava, mas a matou porque estava na fase do amor sensual, a “Venus
Lasciva” que na verdade o que o instigou a isso foi ela própria. Encerra o ainda
dizendo: “Amor e crime nasceram gêmeos, inseparáveis como o corpo da sombra”
A
manipulação do Pathos do auditório evidencia-se praticamente em seu discurso
todo. Pois, Ferri está a defender o réu, portanto existe uma tentativa
constante em predispor os jurados a favor do réu, isso fica evidente quando ele
discursa: “Cienfuegos saiu de sua civilização quase insular, com o seu temperamento
de raça crioula, ingênuo, ardente e primitivo...” A partir dessa passagem,
podemos observar que o sua intenção era chamar a atenção dos jurados para a
pessoa que havia dentro do réu, para conseguir assim tirar o foco do crime
mostrando quem ele era antes de cometer o assassinato.
Para
concluirmos a analise do discurso de Ferri, devemos observar falácias e os
argumentos que agem diretamente na emoção da platéia, alguns exemplos são:
"Como dizia o poeta, a mulher tem duas caras: uma de anjo e outra de
demônio."; "diz a sabedoria popular que os juizes se devem colocar
dos que são julgados..."; "Nossos poetas latinos, tão profundos na
descrição dos sentimentos dos homens, na analise magnifica da personalidade
humana, diziam que o odio é vizinho do amor, é o caso do Propércio"
Assim
fica claro que a defesa baseou-se na lógica da argumentação, e focou-se
principalmente no uso da emoção, pois diante de um crime passional foi a tese
que seria mais verossímil aos olhos dos jurados.
Blog ficou otimo ...
ResponderExcluirMuito bom, fácil leitura estrutura bem montada,fácil entendimento,parabéns.
ResponderExcluirParabéns!!
ResponderExcluirUm ótimo blog, de fácil entendimento com argumentação e lógica bem explicativos.
Um trabalho bem estruturado, parabéns, para os alunos e para a orientadora.
Está muito bom o site, os textos, os videos! Parabéns!
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